sábado, 15 de junho de 2019

Bora lá passar da teoria à prática

Photo Credit: Daniel Olah on Unsplash
De há uns largos meses a esta parte que estou determinada em implementar na minha/nossa vida alguns novos hábitos e comportamentos mais saudáveis e mais sustentáveis. Não basta estarmos muito preocupados com as alterações climáticas se depois, na prática, continuamos a fazer os mesmos erros de sempre. 

E também não vale a pena achar que somos apenas um grão de areia no universo do planeta e que não são os nossos micro gestos que farão a diferença. Porque isso é, literalmente, pensar pequeno e porque cada um de nós (e todos juntos) faz mesmo a diferença.

Obviamente que cá em casa já há muito que temos o hábito da reciclagem enraizado (já nem concebo quem ainda não o tenha), mas isso é apenas uma parte do muito que podemos fazer para diminuir o nosso impacto no planeta. Passo a passo, e sem serem necessários grandes fundamentalismos, podemos passar mais da teoria à prática e reduzir a nossa pegada carbónica.

O passo mais determinante que consegui dar até agora foi ter deixado de comer carne. Quando digo que o fiz, as pessoas perguntam-me sempre se foi por motivos de saúde. Também foi, porque a carne que comemos (e infelizmente a comida em geral) é cada vez mais produzida de forma intensiva e duvidosa, com todo o impacto que isso tem para a nossa saúde. Também o sofrimento associado ao abate dos animais me incomoda cada vez mais. Mas, acima de tudo, o principal motivo que me levou a deixar de comer carne foi o impacto que a agropecuária tem no que diz respeito à emissão de gases com efeito-estufa e pelo facto de ser uma das grandes causas da degradação dos recursos hídricos.

Mas, para além da carne, há ainda muita margem para otimizar hábitos cá de casa. Não tenho a ambição de algum dia chegarmos a ser zero waste mas se pudermos ser less waste já me dou por feliz.

Andava por isso já há algum tempo com ideia de fazer algum investimento de tempo e também de dinheiro para adquirir alguns produtos que nos permitirão reduzir resíduos e trarão (espero) alguma poupança a médio/longo prazo. Decidi, então, finalmente conhecer uma loja que é muito inspiradora para mim mas que ainda só conhecia das redes sociais.

Rumei a Alvalade para conhecer a mercearia Maria Granel e trouxe de lá alguns produtos que já tinha debaixo de olho.



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BEE'S WRAP


Todos os dias temos de mandar para a escola as sandes para o lanche das miúdas que até agora era sempre embrulhado em papel alumínio (o que me fazia bastante confusão...). Decidi por isso substituir este revestimento descartável por dois Sandwich Wraps da Bee's Wrap.

O material é feito de cera de abelha, algodão orgânico, óleo de jojoba orgânico (que conferem propriedades anti-bacterianas) e resina de árvore. O tecido molda-se aos alimentos apenas com o calor das mãos.

Para lavar basta usar água fria (com ou sem sabão suave). Depois é só deixar secar ao ar (seca em minutos) ou com um pano e está pronto para voltar a usar.

O quem mais me entusiasmou foi o facto de que, segundo a marca, podem durar até um ano.

Há vários packs e formatos para todo o tipo de alimentos. Neste caso, o das sandes, tem um botão em madeira e um cordel que permite mais facilmente fechar em formato embalagem.

Podem saber mais aqui.

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                                                  FILTRO DE CARVÃO VEGETAL

A água aqui da terrinha não é grande coisa...Não conseguimos por isso beber água diretamente da torneira. Costumávamos comprar garrafões mas já há um tempo que deixamos de o fazer por causa do plástico e da seca que era ter de carregar com eles.

A solução que tínhamos entretanto adotado foi comprar um daqueles jarros da marca Brita que filtram a água, mas que também não são a solução ideal pois implicam trocar filtros (mais ou menos de mês a mês), que não são baratos e que também são feitos em plástico e, além disso tem de se estar sempre a encher o jarro porque leva pouca água de cada vez.

Por isso resolvi experimentar este filtro de carvão vegetal que dura cerca de seis meses (tem de ser fervido ao fim de 3). Basta encher o recipiente (que pode ser um garrafão para filtrar mais de uma só vez) com água potável e esperar que o carvão filtre as impurezas da água, idealmente durante a noite. Ainda não experimentei porque estou a esgotar os filtros que tinha ainda do jarro antigo.



Para saber mais aqui.

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                                                  COTONETES DE BAMBU


Não deitamos cotonetes na sanita, é claro. 
Mas também não sabemos muito bem onde é que eles vão parar quando os pomos no lixo. Por isso, pelo sim pelo não, resolvi trocar a versão habitual do supermercado por estes feitos com bambu e algodão biológicos. Caixa em cartão. 100% biodegradáveis. Tudo o resto é igual.

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                                                 ESCOVA DE DENTES DE BAMBU

Andamos sempre a trocar de escovas cá em casa. Eu então detesto escovas que já estão a ficar pouco firmes. Resolvi comprar apenas uma para eu experimentar, da marca nacional The Bam & Boo:
  • Cabo biodegradável (e compostável) e naturalmente antibacteriano.
  • Cerdas de nylon (devem ser arrancadas no final, separadas do cabo, colocadas na reciclagem)
  • Embalagem de papel e bioplástico (biodegradável).

 O próximo passo é comprar para o resto da família.

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                                                        COPO MENSTRUAL


Ao que parece, em média, uma mulher usa 11.000 pensos e tampões durante a vida fértil, o que equivale a cerca de 30kg de desperdício, já para não falar do dinheiro gasto e chatices logisticó-higiénicas.

Eu já não vou a tempo de recuperar o impacto entretanto causado, mas posso sempre tentar minimizar o que ainda vou fazer. E então se conseguirmos que esta opção venha a ser adotada pelo mulherio cá de casa, vejam só quando é que não vamos poupar e reduzir, pois aparentemente cada Organic Cup, se bem tratado, dura cerca de 10 anos.

Ainda não experimentei por isso ainda não consigo avaliar se gosto ou não, mas estou bastante curiosa.

Para saber mais aqui.

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                             PRÓXIMAS AQUISIÇÕES JÁ NA LISTA DE COMPRAS

  • Champoo sólido
  • Pasta de dentes orgânica em embalagem de vidro
  • Maquilhagem orgânica
  • Detergente a granel
  • Mais leguminosas, sementes, legumes e fruta a granel
  • Iogurtes em embalagem de vidro

E tu, o que pensas fazer pelo planeta?

Vemo-nos por aqui :D

quarta-feira, 29 de maio de 2019

Podcasts - aproveitar o tempo "morto" para melhorar o tempo "de vida"


Como referi no meu último post, tenho aproveitado o tempo das viagens de regresso a casa para ouvir podcasts interessante e inspiradores, que me ajudam a desacelerar mas, acima de tudo, que me fazem refletir sobre alguns temas e desafios com que nos deparamos no nosso dia a dia, quer seja a forma como lidamos com o stress, os filhos, o trabalho, os nossos sonhos, valores e objetivos e, em resumo, connosco próprios. 

O objetivo transversal a todos os podcasts que oiço regularmente é promover o desenvolvimento pessoal e contribuir para que nos consigamos tornar na melhor (e mais feliz) versão de nós próprios. 

É importante termos algum tempo para sair do ciclo vicioso do nosso mundinho e ouvir novas abordagens, teorias, constatações e dicas, muitas vezes muito simples, mas que fazem uma grande diferença na forma como encaramos e lidamos com as situações. Mudar de pespetiva e relativizar faz verdadeiros milagres.

Conforme prometido (desculpem a demora) partilho os 3 podcasts de que mais gosto.
Depois diga-me se ouviram algum e acharam interessante.

Nota: para quem não faz puto de ideia o que é um podcast e como pode ouvir, basta espreitar as instruções do Pedro e da Mia, que são válidas para todos. Depois em cada aplicação é ir explorando as playlists, ir ouvindo e seleccionar os que sejam mais interessantes para vocês. Há de tudo, como na farmácia :-)


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A Mia e o Pedro são um casal que partilha as suas conversas sobre temas diversos no campo do desenvolvimento pessoal e da parentalidade consciente e positiva através do podcast Inspiração para uma Vida Mágica (IVM). 
Em alguns episódios estão sozinhos e noutros à conversa com convidados. 

Mia é sueca mas vive em Portugal desde 2001. É coach, practitioner em Programação Neuro Linguística (PNL) e facilitadora Family LAb, certificada em Competências de Relacionamentos, instrutora de Mindfulness e fundadora da Academia de Parentalidade Consciente.

O Pedro é um reconhecido coach, trainer e palestrante, especialista em Coaching, Hipnose e PNL (formação que já tive oportunidade de fazer com ele). É também autor dos livros “O Mágico que não acreditava em Magia”, “Spider – Como definir objetivos irresistíveis” e recentemente “Contos com Coaching – Histórias para Crianças” e “Insight – A semente da mudança”.
Segundo os autores, ao ouvires o podcast IVM vais obter os seguintes benefícios:

Aprender técnicas e estratégias de desenvolvimento pessoal

Ganhar uma nova e poderosa visão sobre a vida

Aceder a bolsas de energia positiva

Relaxar e divertir

Aprofundar a ligação contigo e com os outros
Inspiração para lidar com a vida de forma deliberada e positiva.

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O Officina é o Podcast do projeto Officinalis, da Cláudia Fonseca, 
um projeto pioneiro em portugal e que semanalmente traz conversas muito sinceras e inspiradoras. 

A Cláudia é coach de nutrição holística e o seu foco é promover a saúde das suas clientes como um todo, pois somos aquilo que comemos mas somos muito mais do que isso. O projeto tenta promover novas rotinas e hábitos, escolhas alimentares saudáveis e sustentáveis, foco no auto-cuidado e até mudanças de vida, para aqueles que têm o bichinho do empreendedorismo.

Conheci a Cláudia e o seu projeto através de uma amiga comum, a Inês 3D, que despertou em mim o bichinho de querer adotar um estilo de vida mais saudável, consciente e sustentável. Não só descobri o podcast como o outro projeto querido da Cláudia, o Holística, um programa online de 8 semanas que fiz com a Cláudia e que foi responsável por algumas importantes mudanças na minha vida, como o deixar de comer carne e passar a comer de forma mais saudável e consciente, bem como as práticas regulares de meditação, de que tanto gosto (mas o Holística é muito mais do que isto, por isso terei de dedicar um post só a ele para partilhar essa minha experiência).

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"Em 2009, após enfrentar a morte da mãe e o fim do seu casamento no intervalo de um mês, Joshua Fields leu por acaso um tweet sobre o estilo de vida minimalista. Não sabia ao certo do que se tratava, mas interessou-se pelo tema sob a promessa que poderia ser mais feliz com menos coisas. Em oito meses, reduziu suas posses em 90%.

O seu amigo de longa data, Ryan Nicodemus, notou que Joshua andava mais feliz. Depois de ser demitido de seu emprego e se despedir de uma carreira no mundo corporativo que já não lhe fazia feliz, Ryan seguiu seu exemplo.

Ambos resolveram dedicar a sua vida a promover os benefícios desta filosofia de vida como uma ferramenta que podemos usar para nos livrar do que temos em excesso nas nossas vidas para criar espaço (físico e mental) para aquilo que é essencial — saúde, relacionamentos, paixão, crescimento e contribuição — para encontrarmos felicidade, satisfação e liberdade". 

Para além do podcast, já lançaram vários livros e um documentário que recomendo que vejam para perceber melhor como começou a histórias destes dois. No site deles encontram muitas dicas e ferramentas úteis para "destralhar" as vossas vidas.

Não consigo aplicar no dia a dia tudo aquilo que eles adotaram e promovem, mas sem dúvida que já estou mais perto desse patamar do que há um tempo atrás e espero que na mudança para a casa nova, esse começar do zero, nos ajude a levar este estilo de vida a um outro nível.

Espero que gostem das sugestões. 
Boas "escutas"!

Vemo-nos por aqui :D

sábado, 9 de março de 2019

Assim vai a vida no campo


Faz sete meses que deixámos a cidade e viemos, de "armas e bagagens" (mais bagagens na verdade), para o campo.

Como tinha partilhado no último post, as motivações foram várias, mas acima de tudo o objetivo de ter uma vida mais calma, mais preenchida, mais feliz.

O balanço até agora é sem dúvida positivo, e sei que, à medida que formos fazendo o caminho que temos traçado, ele será cada vez mais compensador.


Tivemos direito a uma receção oficial de boas vindas, ainda andávamos nós em modo de "Querido mudei a casa", entre tintas e caixotes. Foi um gesto muito querido e comovente da família alenquerense, com direito a lagriminha e tudo.

As viagens de ida e volta para Lisboa, que era o tema mais assustador, não têm sido dramáticas. Consigo ir por a Rita todos os dias à escola e demoro cerca de 45 minutos a chegar ao trabalho. De manhã, vou entretida com as palhaçadas das manhãs da Comercial, e à tarde, já mais na fase de descompressão do dia, aproveito a duração da viagem para alguma reflexão e desenvolvimento pessoal, a ouvir os meus podcasts favoritos (depois faço um post só sobre isto).

No final do dia, sabe bem voltar à simplicidade da terrinha. Sinto quase como se fosse uma espécie de amiga, que me recebe com um abracinho reconfortante e uma manta fofinha e um chá quentinho, que me acalma e aquece o coração.

A Rita integrou-se na perfeição na nova escola. Pode agora andar sempre com os primos que adora. Tem novos amigos de quem gosta e que gostam dela. Foi eleita delegada de turma. As notas têm sido boas. Anda na catequese. Já é uma orgulhosa escuteira. Sente-se feliz e preenchida. Não podia pedir mais.

As pequeninas, como já estavam na escola cá de Alenquer, continuam alegres e contentes, agora ainda mais com o priminho mais novo na mesma turma. Já falam com algum sotaque e usam expressões cá da terra. Têm uma casa no pátio. Vão ao parque mais vezes. Dão pão aos vizinhos 
patos. Estão sempre a perguntar "onde vamos hoje?". Já definiram tudo o que querem nos seus quartos novos.

A nossa futura casinha está nos finalmentes da fase do papel, mas já lá vamos para apanhar laranjas e sonhar com os dias em que vamos estar a desfrutar dela e do nosso jardim. As miúdas a brincar livremente. E eu, na cama de rede, a ler um livro ou a dormitar, a ouvir o som dos pássaros e a ver a vista do rio, lá em baixo (suspiro de felicidade...).

O Pedro está literalmente a jogar "em casa", e por isso também feliz obviamente, tirando quando fica com a cabeça em água de aturar as miúdas todo o dia, principalmente quando chego a casa mais tarde.

As coisas são globalmente mais baratas e há por aqui de tudo. É mais fácil tratar de questões logístico-administrativas, porque há sempre menos gente ou conhece-se sempre alguém.

Tenho feito alguma bricolage (depois faço um post também sobre isto) e caminhadas, sozinha ou com as primas, mas parei quando o tempo começou a ficar mau. Sem dúvida que é para retomar ambas, agora que os dias estão a ficar melhores, porque são um bom remédio para o corpo e a mente. 

Os fins de semana agora parecem mais longos, porque começam logo à 6ª feira, muitas vezes com um jantar de primos ou amigos. Fazemos mais coisas e convivemos mais.

E em resumo, são as novidades dos últimos tempos.

É boa a vida no campo, sem dúvida, e recomenda-se. 

Vamo-nos vendo por aqui. :D

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Vídeo »» "Alenquer, um mundo a descobrir às portas de Lisboa!" by CM Alenquer


Bora lá passar da teoria à prática

Photo Credit: Daniel Olah on Unsplash De há uns  largos  meses a esta parte que estou determinada em implementar na minha/nossa vida alg...