sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Tempo de mudança


Faz mais de um ano desde o meu último post aqui no blog.

Podia desculpar-me que a minha vida é muito agitada e que a falta de tempo (esse mal dos tempos modernos!) foi a causa desta minha ausência blogosférica. 

Mas como me ensinaram a dizer sempre a verdade, na realidade a culpa foi mesmo da falta de vontade em partilhar as coisas da nossa vida. Há fases assim...de maior introspeção, em que nos apetece conversar e desabafar apenas com os nossos botões. E quando assim é, não vale a pena forçar.

E o que fez dar-se o clique para me apetecer vir aqui hoje conversar, perguntam vocês? 

Aproximam-se tempos de mudança. De grandes mudanças.

Não, não vou mudar de emprego.
Não, não vou abrir  um negócio por conta própria. 
Não, não vou emigrar.
Não, não me vou divorciar.
Não, não estou grávida pela 3ª vez.

Vamos, sim, deixar a vida da cidade e mudar de armas e bagagens para o "campo".

E dizem vocês: "estão malucos ...vão-se arrepender...ou então foram mordidos por um bicharoco qualquer, só pode..."

É verdade. 

Fomos contagiados pela vontade de ser mais felizes, de viver menos stressados, de conviver mais, de fazer as coisas de improviso, de ter espaço para correr e dar piruetas, de ver as estrelas no céu, de sentir a calmaria da natureza, de tratar do nosso jardim e da nossa horta (e há fortes pressões para tratar também de um cão), de poder viajar mais, de desfrutar das coisas boas e simples da vida.

Há 42 anos que moro em Lisboa. 
Nunca conheci outra realidade e sempre achei impensável sair daqui.
Sempre adorei o bairro onde moramos e a nossa casinha, que foi feita à medida do nosso gosto.

Mas há alturas na vida em que os astros parece que mudam de órbita e o universo começa a realinhar-se e a conspirar na direção da mudança.

E connosco foi assim também. 

Várias peças do puzzle se começaram a encaixar, mas o clique inicial deu-se quando começámos a ser desafiados a vender a casa para aproveitar a maré alta do mercado imobiliário.

A isso juntou-se o poder ser uma forma de poupar as pequeninas à longa viagem de ida e volta que faziam todos os dias com o Pedro para a escola em Alenquer.

Outro motivo foi a mais velha ter tido um ano difícil, que gerou o desejo de querer mudar de escola e fazer novos amigos para se livrar dos colegas que nunca conseguiram encaixar com a sua maneira de ser.

Mas acima de tudo, acho que foi termos chegado àquela altura da vida em que começamos a ver as coisas com outros olhos e a valorizar novas coisas em detrimento de outras menos relevantes.

E pesando tudo entre o "deve e o haver", chegámos (bem..cheguei eu, e o Pedro nem queria acreditar no que ouvia...) à conclusão de que todos iriam certamente ficar a ganhar com a mudança (tirando o "pequeno pormenor" que eu terei de fazer o caminho diário rumo à capital para ir para o trabalho). 

Ainda não mudamos (mas já falta muito pouco!) e só o tempo dirá se esta foi ou não uma boa decisão. Mas, para já, estamos confiantes que será.

Li algures que a mudança faz-nos aprender novos caminhos, que nos fazem crescer, permitindo que a vida faça de nós pessoas melhores e de preferência, mais felizes. Ora, então, que assim seja.

Vou dando notícias desta nossa nova aventura e do próximo projeto que será a construção da nova casinha (ufff...só de pensar...).

Vemo-nos por aqui. ;D


Bora lá passar da teoria à prática

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