Ultimamente os dias têm sido pesados. Pesados porque são duros. Pesados porque custam a "carregar" até chegar a manhã seguinte. E as forças falham muito antes de chegarem ao fim.
As noites também não são bem noites. São bocadinhos de dias intercalados com uns minutos de sonhos a correr porque, já já, é preciso acordar à bruta, mudar mais uma fralda, dar mais um biberon, acalmar mais um choro.
As semanas são uma montanha russa mas daquelas em que o carrinho fica parado na parte de cima do loop, com a adrenalina sempre a bombar. A diferença é que não há distinção entre os momentos altos e baixos, porque o stress não alterna com o descanso, antes pelo contrário.
Aqueles minutos só para nós escasseiam (eu diria mesmo, extinguiram-se) e quando damos por isso estamos constantemente a fazer flashbacks e a constatar há quanto tempo não temos um fim de semana de relax, saímos à noite, vamos ao cinema, ou, vá...já para não sermos muito exigentes, conseguimos ir à casa de banho ou jantar em paz e de preferência sem ter de ter um bebé ao colo.
A falta de descanso, de energia, de paciência, parece atrair o universo a conspirar contra nós: o despertador que não toca, a birra para ir para a escola, o atraso a sair de casa, os mails a acumularem-se, os prazos e horários sempre a morderem-nos os calcanhares, as filas de trânsito, o monte de TPC para ajudar a fazer, várias criaturinhas para alimentar, tratar e adormecer, e se tudo correr bem, uns minutos no sofá antes de cair de maduro.
E assim se chega ao fim de mais um dia. Amanhã lá regressamos para mais uma voltinha, mais uma viagem na montanha russa. Resta-nos fazer figas para que a gravidade esteja do nosso lado.
Vemo-nos por aqui :D
terça-feira, 10 de novembro de 2015
segunda-feira, 25 de maio de 2015
As coisas que vamos perdendo... e ganhando.
No regresso a casa ouvi na rádio que hoje era "Dia de perder tempo à procura de alguma coisa perdida". E assinala-se este dia pelo facto de ser segunda-feira e de ser um dia propício para andarmos à procura de objetos aos quais costumamos perder o rumo (nem de propósito hoje cheguei ao trabalho e tive de voltar a casa porque me esqueci do computador...).
Mas não sei porquê, a ideia de pensar em "coisas" que tenhamos perdido fez a minha mente viajar (isto ultimamente tem andado um bocado para o dark side...), mas não para os objetos que também passo a vida a perder, mas sim para as "coisas" que já fui perdendo ao longo dos anos.
E rapidamente me vieram à cabeça umas quantas... umas que me eram muito queridas, outras mais ou menos irrelevantes, mas pareceu-me um bom motivo para regressar ao blog e partilhar o registo.
Algumas das coisas que perdi:
- o meu pai tinha de estar, como é obvio, à cabeça das coisas de importância basilar na minha vida e que já perdi. A expressão "nunca mais" aplicada a ele é das coisas que mais nó na garganta me dá;
- os meus avós e outros familiares queridos: o desaparecimento das nossas raízes, as que estiveram "sempre lá", começam a fazer-nos sentir meio "à deriva" e as memórias da nossa infância começam a ficar um pouco mais esbatidas;
- alguns amigos/as queridos: a maioria deles partiu demasiado cedo e ainda com muito para dar;
- as férias grandes, tão grandes que dava para enjoar e ter saudades da escola;
- a liberdade de brincar na rua com primos e amigos, de sol a sol, sem ninguém se preocupar connosco;
- o leitinho com palhinha que a minha mãe e a minha avó me levavam à cama de manhã;
- o conseguir dormir de rajada até às 2 da tarde;
- a (pouca) capacidade de resistência a borgas e noitadas (sempre fui uma couve e os pezinhos nunca ajudaram...);
- a paciência para discotecas ou sítios com muito fumo e muito barulho. Ah! E arranjem-me sff um banquinho para sentar (já referi que tinha uns pezinhos fracos??);
- a capacidade de nunca ter frio no mar e ficar até 3 horas de molho, até sair de lá estilo passa;
- a oportunidade de ir estudar para fora;
- uma longa cabeleira até à cintura;
- alguns pequenos animais de estimação (peixes, piriquitos e pardais), o que me fez nunca querer ter nenhum bicho "mais a sério" para não correr o risco de passar por essa perda;
- a inconsciência de ficar horas a torrar ao sol toda barradinha de óleo johnson;
- os chumaços dos anos 80 (aleluia!).
Mas em compensação a vida trouxe-me muitas outras coisas boas:
- a família que eu criei: o meu marido e as minhas "ricas filhas" (lá diria a Tia Cinha), que são o meu maior orgulho e que me enchem o coração;
- uma vida que já passou por alguns altos e baixos, mas que é estável e que me dá aquilo que preciso para ser feliz;
- confiança, em mim e nas minhas capacidades como mulher, mãe e profissional;
- responsabilidade, com o que isso tem de bom, mas às vezes de mau;
- novos amigos do coração;
- 3 afilhados;
- novos horizontes e interesses;
- novas maneiras de ver que o que é simples é o mais belo;
- muita lamechice (isto já tinha desde cedo mas a idade trouxe-me às carradas...);
- experiência, e com ela mais rugas e cabelos brancos (mas vá...dizem que dá charme).
Assim "a olho" a lista dos "perdidos" é maior que a dos "achados", mas isso não importa, porque o balanço é claramente positivo.
Sou uma sortuda. Não tenho dúvida. E nos momentos mais down, tento sempre não me esquecer disso. Como fiz hoje.
Vemo-nos por aqui ;D
---------------------
Image credits: http://www.amwaycenter.com
terça-feira, 31 de março de 2015
Constatações dos últimos tempos
Mas deixemo-nos de fait divers e passemos sem demoras ao que me trouxe aqui hoje: constatações diversas.
Não tenho uma ideia única mas sim um conjunto de coisas genéricas e dispersas que me têm assaltado a mente nos últimos tempos e que me apeteceu registar. Passo a partilhar, sem nenhuma ordem de importância (ou mesmo de interesse heheheh):
- Há coisa banais que ganham toda uma outra dimensão quando temos bebés pequenos para tratar: conciliar dois sonos é uma proeza heróica, uma hora de silêncio vale ouro e sair de casa ao fim de semana antes das 16:00 é uma vez em cem.
- O número de vezes que vamos ao supermercado comprar fraldas, iogurtes e leite só é superado pelas idas à farmácia.
- A logística para passar dois dias fora de casa é a mesma do que se fosse para uma semana e quase sempre o esforço não compensa o bem que pode saber.
- Acartar dois ovinhos ao mesmo tempo mais uma mala carregada de tralha não é para meninos e muito menos para meninas.
- As viagens de carro sem acompanhantes infanto-juvenis e a hora do banho são os momentos zen do dia.
- Encomendar take-away de sushi ou beber um gin tónico são o momento mais alto da semana.
- Um simples jantar em casa de amigos consegue ser uma odisseia.
- Chupar ranho com um tubo e desentupir intestinos preguiçosos são o pão nosso de cada dia.
- A maquilhagem faz milagres.
- Qualquer semelhança entre trabalhar com pouca horas de sono e um episódio do Walking Dead não é pura coincidência.
- O frigorífico à noite deve emitir daqueles ultra sons idênticos aos apitos para chamar cães e golfinhos.
- Não é só ao burro do Shrek que treme o olho com stress.
- Cinema: a última vez que fui deve ter sido ver o E.T.
- A nossa condição à nascença não determina o nosso desenvolvimento futuro (disso é exemplo a minha miúda "do meio" que quando nasceu era mais enfezadadita que a mana gémea e agora parece que é mãe dela).
- Nunca temos chuchas nem babetes demais.
- O Baby TV é o melhor canal do cabo.
- Lojas de artigos de criança em segunda mão e o OLX são duas das grandes invenções do século.
- As macacadas da mana mais velha são o programa mais divertido que há.
- Dar banho na banheira de joelhos é passaporte quase certo para uma hérnia discal.
- Compensa mais sustentar um burro a pão de ló (de Ovar) do que dar vacinas fora do plano nacional de vacinação.
- As unhas cortam-se de 3 em 3 dias.
- Halibut: o melhor amigo da mãe e do rabinho do bébé.
- Usar o cabelo sem ser apanhado e brincos compridos pode ser extremamente perigoso.
- 5 não são demais.
- Os nossos filhos (filhas neste caso) são os mais lindos/as e especiais do universo e arredores.
E para já é tudo de que me lembro.
Vemo-nos por aqui ;D
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
Festa dos 9 anos da Rita
Todos os anos a festa de aniversário da Ritinha é um desafio que tenho entre mãos.
Ela vibra com este dia, que é idealizado até à exaustão com meses de antecedência.
E o que faço eu? Eu alinho. E dou por mim ainda mais empolgada do que ela, a pesquisar milhões de ideias para convites, bolo, decoração, etc. Está-me no sangue, o que é que querem?
Preparar uma festa de anos hoje em dia é coisa para pôr os nervos das mães em franja (já tinha falado sobre isso aqui no blog). E eu não sou excepção. Sim, assumo. Stresso forte e exponencialmente há medida que o dia se aproxima porque tenho tendência a querer fazer mil e uma coisas, o que não simplifica nada a tarefa, antes pelo contrário. O facto de ser um bocado (vá.., muito, admito) perfecionista também não ajuda...
Este ano não foi diferente, ainda para mais porque decidimos que íamos fazer a festa na sala de condomínio cá do prédio, ao contrário do ano passado que optámos por um local fora de casa com solução "chave-na-mão". Paga-se geralmente um bocado, mas ao menos é uma "intervenção cirúrgica" sem complicações e que não implica preparação no pré, nem recuperação no "pós-operatório".
Todos os anos a festa tem um tema, como não podia deixar de ser, e este ano o tema escolhido foi o jogo de computador Minecraft. Para quem nunca ouviu falar, é uma espécie de um mundo virtual deserto todo pixilizado, onde os jogadores podem construir edifícios e não só, com os materiais, minérios e ferramentas que vão reunindo. Lá pelo meio vivem mil e uma personagens, mais ou menos humanas, mais ou menos animais, mais ou menos zombis...enfim, só vendo...mas digo-vos que isto é já uma mania generalizada no mundo inteiro.
Começamos sempre os preparativos por idealizar os convites e este ano optámos por fazer uma coisa 3D, porque no jogo é tudo composto por cubos/pixels. E assim nasceu o convite "torrão de terra com relva" que é uma espécie de símbolo do jogo. Nas diversas faces do cubo ia a informação de dia, hora, local, etc. Foi um sucesso lá na escola heheheh.
Ela vibra com este dia, que é idealizado até à exaustão com meses de antecedência.
E o que faço eu? Eu alinho. E dou por mim ainda mais empolgada do que ela, a pesquisar milhões de ideias para convites, bolo, decoração, etc. Está-me no sangue, o que é que querem?
Preparar uma festa de anos hoje em dia é coisa para pôr os nervos das mães em franja (já tinha falado sobre isso aqui no blog). E eu não sou excepção. Sim, assumo. Stresso forte e exponencialmente há medida que o dia se aproxima porque tenho tendência a querer fazer mil e uma coisas, o que não simplifica nada a tarefa, antes pelo contrário. O facto de ser um bocado (vá.., muito, admito) perfecionista também não ajuda...
Este ano não foi diferente, ainda para mais porque decidimos que íamos fazer a festa na sala de condomínio cá do prédio, ao contrário do ano passado que optámos por um local fora de casa com solução "chave-na-mão". Paga-se geralmente um bocado, mas ao menos é uma "intervenção cirúrgica" sem complicações e que não implica preparação no pré, nem recuperação no "pós-operatório".
Todos os anos a festa tem um tema, como não podia deixar de ser, e este ano o tema escolhido foi o jogo de computador Minecraft. Para quem nunca ouviu falar, é uma espécie de um mundo virtual deserto todo pixilizado, onde os jogadores podem construir edifícios e não só, com os materiais, minérios e ferramentas que vão reunindo. Lá pelo meio vivem mil e uma personagens, mais ou menos humanas, mais ou menos animais, mais ou menos zombis...enfim, só vendo...mas digo-vos que isto é já uma mania generalizada no mundo inteiro.
Começamos sempre os preparativos por idealizar os convites e este ano optámos por fazer uma coisa 3D, porque no jogo é tudo composto por cubos/pixels. E assim nasceu o convite "torrão de terra com relva" que é uma espécie de símbolo do jogo. Nas diversas faces do cubo ia a informação de dia, hora, local, etc. Foi um sucesso lá na escola heheheh.
A seguir vem sempre o bolo e na pesquisa que a Rita fez no Google descobriu este de um dos personagens mais conhecidos do jogo, chamado, vejam bem, Feromonas...
Confesso que quando ela mo mostrou que pensei "deves, deves..." e até quase à última da hora estive a tentada a vacilar em deixar-me de ideias tristes e mandar fazê-lo numa pastelaria, até porque a minha experiência em cake design era nula. Mas depois achei que valia a pena o esforço, pelo desafio e por algum dinheiro que sempre se poupa...
Abaixo podem ver o resultado final da minha cópia (orgulho!).
Fiz ainda umas guloseimas que percebi que agora são a nova moda nas festas da criançada que geralmente nada come a não ser guloseimas, que são os cake pops - também em forma de torrão de terra (bolo de cenoura coberto de chocolate, salpicado de relva (coco tingido de verde). A foto não é grande coisa mas dá para ficarem com uma ideia.
E para fechar o pack da festa temática, fiz uma série de decorações mas de que me esqueci de tirar foto para a posteridade...Mas ficam com uma ideia de como eram pelas imagens abaixo.
Dá muito trabalho, não há dúvida, mas ver a felicidade dela compensa tudo. E no final tive direito a um sentido "Obrigada mamã por todo o trabalho que tiveste com a festa". Há coisa que pague isto? Claro que não.
E pronto, para o ano há mais. Agora tenho ainda mais as festas das manas para me entreter, porque já tenho pouco que fazer...LOL
Vemo-nos por aqui ;D
domingo, 18 de janeiro de 2015
E pronto....tudo o que é bom acaba rápido.
"Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida" - veio-me à cabeça esta música do Sérgio Godinho ao pensar no meu dia de amanhã.
Depois de mais de um ano ausente do trabalho, entre baixa, licença de maternidade e férias, amanhã será o meu regresso "ao batente". Agora que a nossa família está completa, este regresso assinala uma nova fase da nossa vida, onde passei de mãe de filha única a mãe de uma família numerosa, com tudo o que isso implica.
Posso dizer que neste momento os meus sentimentos saltitam entre um misto de saudade dos desafios do trabalho e a ansiedade/nervoso miudinho por voltar à rotina e ao stress que lhe é tão característico, tendo de gerir o tempo, que é sempre pouco, ainda para mais agora partilhado com mais dois pequenos seres que dependem tanto de mim.
Como é natural, estou também já a sofrer da lamechice de mãe que vai ter de deixar as suas crias, que tendo agora já 7 mesinhos, começam a interagir mais com tudo o que as rodeia e a fazer aquelas gracinhas adoráveis típicas da idade, que ninguém quer perder. Consola-me e deixa-me mais descansada o facto de saber que vamos poder mantê-las em casa por mais uns tempos, onde ficam mais resguardas, confortáveis e com mimo em exclusividade, que não aconteceria se tivessem de ir para o infantário. Mal posso esperar para chegar a casa e voltar para os seus deliciosos sorrisos e abracinhos...
Este precioso tempo que tive, e que não volta mais (sim porque 3 filhas já chega bem, bolas!) foi vivido com muito trabalho, noites mal dormidas e agitação, mas felizmente com paz de espírito. Foi muito diferente da experiência que tive na licença de maternidade da Rita, em que o alívio foi grande quando fui trabalhar, porque me sentia muitas vezes à beira da total exaustão física e mental (ter de tratar 24h/dia de um bebé chorão dá cabo de qualquer um...). Nesta 2ª ronda foi por isso decisiva a ajuda que tive e vou continuar a ter com as miúdas, fundamentais para uma mãe conseguir ter tempo para espairecer, tratar de si e manter a sanidade mental. Sinto-me privilegiada por isso.
E pronto...costuma-se dizer que "o que não nos mata torna-nos mais fortes", por isso espero que esta minha nova condição de mãe de gémeos me dê a endurance e capacidade de relativização necessária para manter a calma e a atitude sempre positiva nos próximos tempos, que se avizinham mais desafiantes do que nunca.
Mas a vida é isso mesmo, um desafio atrás do outro, por isso, venham eles!
Vemo-nos por aqui ;D
P.S. - Wish me luck!
Subscrever:
Mensagens (Atom)
Bora lá passar da teoria à prática
Photo Credit: Daniel Olah on Unsplash De há uns largos meses a esta parte que estou determinada em implementar na minha/nossa vida alg...