A rentrée.
Não sei ao certo desde quando esta palavra francesa "entrou no nosso dicionário", mas penso que para isso muito contribuiu a classe jornalística/política, ao referir-se ao "voltar a arregaçar as mangas" (uns mais que outros, é bem certo...) após o período de férias.
E a palavra pegou, generalizou-se, tendo entrado no léxico do comum dos mortais, nomeadamente no mundo empresarial.
A rentrée tornou-se uma espécie de linha imaginária que separa o ano, e para a qual todos parecem concentrar os seus esforços, muitas vezes querendo recuperar o tempo não aproveitado nos meses anteriores ao verão. O problema dessa linha, é que à sua frente tem apenas 3/4 mesinhos de calendário, o que significa que a pressão para a concretização dos objetivos aumenta exponencialmente.
Mas para além disso, há que ultrapassar o período pós-traumático de deixar de ter os dias para fazer o que bem nos apetece (li algures que o nosso corpo demora 5 dias a conseguir adaptar-se ao regresso ao trabalho), passar a ter de ajustar a rotina familiar e horários ao recomeço do ano escolar (com todos os desafios logísticos que isso acarreta) e a cereja no topo do bolo será quando mudar a hora, os dias passarem a ser minúsculos, sairmos de casa e do trabalho já de noite e começar a chuva e o frio que nos vai obrigar a trocar todo o guarda roupa para a nova estação.
Bom... mas atenção, nem tudo é mau...há uma coisa boa na rentrée: o Natal. Tirando isso, acho que passávamos bem sem ela, não vos parece?
Vemo-nos por aqui. ;D